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João Fins
Revisto por João Fins
João Fins

Licenciado em Economia e com experiência em finanças pessoais. Como redator no Portal do Crédito, tenho a missão de ajudar esclarecer as dúvidas mais comuns dos nossos leitores, no que aos diferentes tipos de crédito diz respeito.

MTIC: O Que é e Como Calcular?

O processo de contratação de um crédito, independentemente da sua tipologia, requer uma análise detalhada às propostas fornecidas pelas instituições financeiras. Neste sentido, já se deve ter deparado com várias siglas que, por vezes, podem ser de difícil interpretação.

Por permitir saber o real custo total de um crédito, o MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor) é uma das siglas mais importantes que deve ter em consideração.

Assim, neste artigo, vamos explicar-lhe o que é o MTIC, o que engloba e qual a sua importância na análise e contratação do crédito mais barato para a sua carteira.

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Montante

O MTIC é a abreviatura para Montante Total Imputado ao Consumidor, e representa o valor total que o cliente deverá pagar à instituição financeira pelo financiamento contratado.

A sigla MTIC é um elemento comum em todas as propostas e contratos de crédito, independentemente do tipo de empréstimo. Esta informação é disponibilizada na Ficha de Informação Normalizada (FIN), que a instituição bancária fornece ao cliente antes de este aceitar qualquer proposta de financiamento.

Além do montante solicitado, o MTIC engloba todas as despesas associadas ao empréstimo, como, por exemplo:

MTIC = Montante Financiado + Custos Associados ao Crédito

Contudo, é importante perceber como tudo isto funciona na prática. Vamos a um exemplo. 

Imagine que um casal está a procurar um crédito pessoal para realizar as obras na sua casa no valor de 10.000 € pago em 5 anos (60 meses).

Recorrendo a um simulador online, a proposta indica que a mensalidade será de 216,53 € e que o MTIC de 13.167,80 €. Ou seja, o casal tem de pagar ao banco em 5 anos o montante de 10.000 € mais 3.167,80 € referente a comissões, taxas de juro e impostos.

O MTIC corresponde à soma do montante total do empréstimo (capital) mais os custos associados ao crédito (juros, comissões bancárias, impostos e outros encargos). Todavia, o cliente não necessita de fazer as contas, pois este calculo é feito automaticamente pelas entidades financeiras.

Esta sigla está indicada na informação pré-contratual que lhe é fornecida pela instituição financeira:

  • Ficha de Informação Normalizada (FIN): é um documento que ajuda o cliente a analisar ao pormenor as características do crédito solicitado. O MTIC do empréstimo consta na secção C referente ao “Custo do Crédito”.
  • Ficha de Informação Normalizada Europeia (FINE): é um documento semelhante à FIN mas que segue um conjunto de normas europeias e é aplicado nos créditos à habitação e de outros créditos garantidos por hipoteca. Pode ter acesso ao MTIC na secção “Principais características do empréstimo”, no campo “Montante total a reembolsar”;
  • Campanhas Publicitárias: esta informação é também referida em todas as campanhas publicitárias que indiquem uma taxa de juro ou outros valores relativos ao custo do crédito.

O custo total de um crédito, tende a variar conforme oscilações nas taxas de juro, comissões e demais encargos. Ora, essas alterações são provocadas por diversos fatores:

  • Montante Solicitado;
  • Prazo de Pagamento;
  • Tipo de Crédito;
  • Perfil de Risco do Cliente;
  • Subscrição de Produtos Financeiros.

Contudo, não confunda uma mensalidade baixa com um bom crédito. Por muito que o valor da mensalidade seja um dos elementos a considerar para gerir o seu orçamento mensal — e já agora para não agravar a taxa de esforço — é o MTIC o indicador que deve ter realmente em conta na hora de comparar propostas.

Muitas entidades fazem campanhas a promover uma prestação mensal mais baixa para atrair novos clientes. Porém, muitas das vezes essa mensalidade mais baixa significa um prazo de pagamento muito elevado e consequentemente um endividamento maior.

Quanto maior o prazo de pagamento, maior será o custo do crédito (MTIC).

Vamos a um exemplo. Imagine que um cliente procura um financiamento no valor de 10.000 €.

Prazo PagamentoTAEGMensalidadeMTIC
48 meses11,4%253,29 €12.333,92 €
60 meses12,2%216,53 €13.167,80 €
84 meses12,4%172,17 €14.638,28 €
Exemplo ilustrativo utilizando o simulador do Cetelem (valores atualizados em novembro de 2023)

Se olharmos para a tabela podemos ter a tendência de afirmar que o crédito mais barato é o que tem um prazo de pagamento de 84 meses por ter a prestação mensal mais baixa.

No entanto, como estaríamos a pagar o crédito durante mais tempo, o valor total a pagar em juros seria muito superior.

Logo, o crédito mais barato é o que tem o prazo de pagamento menor e uma prestação maior. Aqui, o custo do crédito em juros e demais taxas e comissões seria de 2.333,92 €, muito inferior aos 4.638,28 € da proposta dos 84 meses.

Todavia, uma prestação muito elevada pode gerar dificuldades para um dado agregado familiar suportar mensalmente. Deste modo, se vir que a prestação é demasiado alta para o seu orçamento mensal, pode e deve optar por um prazo de pagamento maior.

Encontre o seu ponto de equilíbrio entre aquilo que pode pagar mensalmente e o custo total do empréstimo.

Quando um crédito tem uma taxa variável associada, significa que os juros aplicados vão sofrer alterações ao longo do tempo devido às oscilações da Euribor. Por essa razão, o MTIC indica apenas o custo total do empréstimo se a taxa de juro for igual durante a vigência de todo o contrato.

Vamos a um exemplo. Imagine que a Joana e o João solicitam uma proposta para um crédito hipotecário no valor de 150.000 € a 40 anos. O Banco XPTO deu-lhes a uma proposta com uma TAEG de 6,2% e um MTIC de 392.727,22 €.

Se o casal decidir avançar com o contrato com uma taxa variável com um indexante da Euribor a 12 meses, significará que todos os anos o contrato será revisto e as taxas de juro e o MTIC ajustados.

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Se procura um financiamento rápido, habitação, ou qualquer outro género de crédito, terá de olhar para o Montante Total Imputado ao Consumidor para saber qual será o custo do empréstimo.

Este é o valor que deve ser usado como termo de comparação entre propostas das entidades financeiras.

Os valores são obrigatoriamente calculados e mostrados ao cliente em qualquer simulação e deve ser utilizado como termo de comparação entre propostas das entidades financeiras.

São demonstrados na FIN, um documento onde poderá ver todos os custos associados ao crédito, desde comissões, a impostos, taxas de juro e outros dados extremamente importantes, devendo ser lido antes de assinar qualquer contrato.

Perguntas Frequentes

O que é o MTIC?

O MTIC significa Montante Total Imputado ao Consumidor e indica o custo total que um cliente terá de pagar pelo empréstimo solicitado.

Como calcular o MTIC?

O MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor) é calculado automaticamente pelas entidades financeiras aquando de uma simulação de crédito.

Onde posso encontrar o MTIC de um crédito?

O MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor) de um crédito pode ser encontrado:

  • Na Ficha de Informação Normalizada (FIN) – no caso do crédito aos consumidores. Constará da secção referente ao “Custo do Crédito” e também na área do Plano Financeiro do Empréstimo;
  • Na Ficha de Informação Normalizada Europeia (FINE), no caso do crédito à habitação e de outros créditos garantidos por hipoteca. Constará na secção “Principais características do empréstimo”, no campo “Montante total a reembolsar”;
  • É também referida em todas as campanhas publicitárias que indiquem uma taxa de juro ou outros valores relativos ao custo do crédito.

Qual a Importância do MTIC?

O MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor) permite saber quanto um cliente irá gastar pela contratualização de um crédito. Esta sigla permite também comparar propostas de diversas entidades e avaliar qual o crédito mais barato.